sábado, 20 de agosto de 2011

Vida nova

Olá, queridos(as)! Como vão vocês?

Devo desculpas por minha ausência no blog, mas tenho dois bons motivos:

1º motivo: Minha faculdade começou! :D
Estou bem animada, apesar da falta de tempo. Perco tempo no transporte - coisa que não estou acostumada, já que faço tudo à pé -, mas acaba valendo a pena. Tem uma menina que mora bem perto de mim, então vamos e voltamos juntas todos os dias. Ela é bem divertida, o que me faz rir bastante e esquecer uma série de coisas. (E não pensem besteira, ela é ht!)
Meu horário é um pouco complexo, e, como ainda estou me adaptando, acabo ficando bem enrolada. rs
Estou gostando de tudo: dos professores, do pessoal, das matérias... Confesso que fiquei um pouco decepcionada com a falta de gays no meu curso (que dizem que sempre tem muitos), mas tudo bem. Aos poucos, alguns vão se revelando. rs
Quero dizer, já não posso mais reclamar da falta de gays em minha vida. Só no último mês, três amigos se "revelaram" para mim e conheci pelo menos uns quatro através de um grupo no Facebook.
A minha reclamação é sobre a falta de lésbicas mesmo. hahaha!
Bem, dê tempo ao tempo, A.

2º motivo: Desânimo total no meu tempo livre.
Infelizmente, algo que eu queria muito não deu certo, mesmo eu tendo dado o meu melhor. Aliás, o meu erro foi ter tentado fazer tudo da maneira certa... Mas não quero falar sobre isso, really.
Meus pais também têm brigado muito comigo - por motivo nenhum, diga-se de passagem - desde que entrei na faculdade.
Isso me deixa pior ainda, além de pensativa: Fico pensando em como vai ser quando me assumir. Toda (ou quase toda) a coragem que estava sentindo se foi. Pelo menos a vergonha de ser o que sou não voltou. E duvido que volte um dia. rs

Enfim, este post ficou MUITO mal escrito, mas foi só para dar notícias mesmo.
Devo postar textos/links que gostei nos próximos dias, certo? E, quando puder, posto algo sobre mim. rs

Rainbow kisses!!!!!!!!!

sábado, 6 de agosto de 2011

Uma coisa que as pessoas não costumam saber sobre mim

(E que nem eu sabia)

Não gosto de bebidas. Não bebo. Não gosto que bebam, principalmente as pessoas que eu gosto. Meus amigos sabem disso.
Há alguns meses, pensava que era algo meu, sabe? Questão de gosto. Até que percebi que o meu desgosto por bebidas era forte demais para ser só isso. Ficava beeem mal quando via meus amigos bebendo. Até que teve um dia que parei para pensar no assunto, tentar entender o porquê de tanta aversão a uma coisa tão boba.

Voltei no tempo, quando bebidas não me incomodavam, pelo contrário. Ficava curiosa para saber como é a sensação que a bebida traz. E eu conseguia me ver muito bem bebendo socialmente, ou até mesmo ficando bêbada. lol
Março de 2009. A S., minha então namorada, tinha pedido um tempo. Ao que tudo indicava, iríamos voltar. Em uma de nossas conversas, perguntei se ela queria ficar com outra pessoa. Ela me respondeu que isso não faria sentido, já que a única pessoa que ela gostaria de ficar não estava por perto. Eu realmente estava contando com o dia que voltaríamos.
Em uma Sexta-feira, ela disse que iria à uma boate com uma amiga. Fiquei tensa. Pode parecer besteira, mas eu sou o tipo de pessoa que sente que algo ruim está por vir. Eu não queria que ela fosse, mas... O que eu poderia fazer?
Passei a noite dizendo a mim mesma que era besteira me preocupar, lembrando de quando ela disse que eu era a única pessoa que ela queria ficar.
Sábado de tarde. Ela parecia animada DEMAIS com a tal festa. Tive que sair da internet, pois tinha marcado de sair com uns amigos.
Sábado de noite. Ela veio com uma história de que precisava me contar alguma coisa. Ela disse que tinha bebido e... Eu já sabia o resto da história. Ela ficou com um garoto (desconhecido, segundo ela) na festa.

Eu fiquei muito mal. Porque, mesmo que nós estivéssemos dando um tempo, foi como se ela tivesse me traído. Foi (bem) mais doloroso do que quando ela foi embora. Porque ir embora não foi uma escolha dela. Não desejo essas duas dores para ninguém.

Não sou do tipo de pessoa que guarda rancor, que fica criando traumas. Mas, sem perceber, coloquei toda essa decepção/raiva nas bebidas.
Agora que já descobri o problema, estou bem melhor. Já não fico mal quando vejo alguém beber. Só não bebo. rs Mas pretendo mudar isso em breve.
Não que eu queira me tornar festeira ou algo do tipo, mas a curiosidade para saber como é a sensação de beber voltou.
Um dia eu descubro, de maneira responsável.

Assim como fiz terapia de auto-aceitação, agora estou fazendo terapia para aceitar o fato de que beber é normal em nossa sociedade, querendo ou não.

Bem, só queria dividir essa história pouco conhecida (mas bastante importante). (:

Rainbow Kisses!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Convidado de honra: O outro lado da moeda (Vhcs)

(O título e o texto foram "inspirados" na postagem do nosso segundo convidado, o Syncro.)

Olás, eu sou o Vhcs, 17 anos, gay – e, sim, sou eu mesmo, não fique pasmo caso me conheça e tenha só agora tenha “notado” minha sexualidade. Aproveitando o gancho do Syncro, sobre família, mostrarei um outro lado da coisa...
Bem, eu também nunca tive problema em me aceitar, desde a 2ª Série já sabia que tinha olhos pros dois sexos, apenas passou o tempo e eu comecei a reparar do que eu gostava mais e com qual eu tinha, caham, “incompatibilidade anatômica”, coloquemos assim. Assim sendo, cresci me escondendo, não necessariamente no sentido negativo da palavra, mesmo porque, por parte da minha mãe, sempre ouvi coisas do gênero “Se você for gay, continuará sendo meu filho.”, além de perguntas subliminares – ou, por vezes, diretas – sobre minha sexualidade, mas nunca havia dito claramente o que eu sou.
Contudo, houve um tempo que acabou por ser necessário falar a “verdade” (me assumi como bi para tentar fazer o impacto ser menor – e talvez isso tenha sido errado/ruim –, o que não é tão irreal assim, eu até posso gostar de uma mulher, mas nunca vou procurar uma, por minha conta; todavia, deixei claro qual é minha preferência), contra a minha vontade, uma vez que minha família se encontrava numa situação difícil (meu pai estava há dois anos desempregado), devido a um deslize meu. Em tese, não seria tão ruim, mas incomodaria, já que, por mais que eu sempre ouvisse a história do “tudo bem se você for”, uma mãe nunca quer isso de fato, né? Contei. Contei e me arrependi. Contei e me arrependi muito. A mãe compreensiva, amigável, querida, efusiva, que queria meu bem d-e-s-a-p-a-r-e-c-e-u, simplesmente. Brigamos; brigamos muito. E, graças ao veneno dela, agora me sinto mal toda vez que chego perto do meu pai; ela conseguiu plantar em mim uma sementinha de culpa, como se eu estivesse fazendo isso para machucá-los, apenas. Como se não basta-se, eu ainda tive que ouvir “Eu NÃO QUERO saber da sua vida. Sobre quem você gosta e essas coisas. A não ser que isso esteja se incomodando.”. Nesse momento, a imagem de mãe, amiga ideal, que eu tinha dela, morreu. E só uma coisa passou pela minha mente: “Isso nunca me incomodou e nunca me incomodará. Se você não aceita o filho que tem, o que posso fazer?”.
No “Entre-Guerras”, eu notei que ela sempre foi homofóbica, mas demonstrava de uma forma amena, num contexto que parecia até ser bom, ser gay. Uma das frases que sempre ouvi é “Entre um filho alcoólatra, drogado e gay; prefiro ter um filho gay.”. À primeira vista, aparenta ser uma frase normal, mas se reparar o nível no qual é posto ser gay, fica clara a aversão.
E, pra completar a minha alegria, esses dias, notei o grau de homofobia do meu pai, o qual questionou a “apologia ao homossexualismo atualmente existente na mídia, que passa novelas com gays, seriados gays, tudo com gays.”. Respondi que teve parada gay esses dias e por isso tava tão na mídia. Ele começou a revidar com mais perguntas e falando que é exagero, eu disse que eles estão conseguindo espaço etc. e completei com “E, ah, pai, não é doença, né?”. Qual foi a resposta? A seguinte: “Não é doença!? É epidemia.”. Por sorte chegamos na casa dos amigos nossos, para onde estávamos indo; não sei o que eu poderia ter dito se isso não tivesse acontecido.
Isso tudo começou a me corroer, muito. Eu realmente esperava uma rejeição de qualquer um menos dos meus pais, ou, ainda, uma rejeição menor... Nunca dei motivos para ser criticado ferrenhamente, minha obrigação como filho e como aluno, eu cumpro; nunca dei trabalho a eles, de fato, e sou e sempre fui o melhor aluno da classe. Isso não vale nada mais, agora? Só porque sou gay tudo que eu fizer não passa da minha obrigação? Ou, talvez, tudo que eu faço agora é pra me redimir dos meus pecados?
De qualquer forma, tenho meus amigos – uma coisa que acho fantástica é o fato de nunca ter sido alvo de críticas sobre este assunto a não ser pelos meus pais –, que sempre estiveram ao meu lado quando precisei – e, diga-se de passagem, o Syncro foi uma peça-chave pra mim.
Por pior que possa parecer a situação, eu estou bem comigo mesmo e sei que um dia poderei esfregar na cara de todos meu sucesso e dizer que consegui tudo sozinho, já que é assim que me deixaram e estou. Independente disso, sou filho único – que, aliás, é mais um motivo pra tudo cair em cima de mim dobrado – e, devido a isso, sou acostumado a estar só. Já diria o ditado: melhor só do que mal acompanhado...
Por fim, digo outra frase famosa, pra quem passa ou sabe que passará por uma fase similar: Depois da tempestade, vem a bonança.

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Terceiro convidado! (Para ver os outros dois, clique aqui.) O que estão achando das histórias? (:
Conheci o Vhcs em 2009, na mesma viagem que citei abaixo do post do Syncro, mas quase não nos falamos naquele ano. Começamos a nos falar em outra viagem do curso, em 2010. E só começamos a ser mais íntimos este ano. Eu ficava implicando (de brincadeira) com ele no facebook, dizendo que ele era gay e tal (sem ser sem-noção/mal-educada, lógico!). Até que um dia ele me contou que era gay mesmo. hahaha! Eu contei indiretamente que era lésbica. Pensei que ele tivesse entendido pela resposta que ele deu, mas... Só depois que ele percebeu que eu era realmente lés. LOL! Foi bem engraçado. =P
Semana passada, fiz essa viagem anual do curso. Lá, encontrei o Vhcs novamente (ele não mora no mesmo estado que eu e o Syncro, infelizmente). Ficamos bem mais próximos. Como o E. disse no post dele, a amizade entre um gay e uma lés é pura. Não há riscos de uma das partes se "confundir". Não que riscos sejam ruins, mas podem acabar com uma amizade bonita por algo pequeno e sem importância. E também fiquei mais próxima do Syncro e do R. (que também é do meu curso. Fiquei sabendo "dele" por causa dos babados do aniversário dele, que não fui. hahaha! E ele ficou sabendo de mim por um grupo gay que participo no Facebook. rs Ele disse que foi "confirmar" com o Syncro sobre mim e que o mesmo passou o link deste blog. Falei que ele poderia escreve aqui, se ele quisesse. Veremos se ele vai topar, né? (= ). A amizade deles está me fazendo muito bem. (=

Aliás, esta viagem foi beeem "colorida"! Tanto quanto uma parada gay. rs Meu gaydar ficou louco! rs. Pena que só funciona para garotos... Teve até uma situação bem engraçada, no nosso primeiro jantar. Sentamos eu, R., Syncro e Vhcs na mesa. Quando já estávamos devidamente acomodados, nos entreolhamos e notamos que a mesa só tinha gente colorida. Caimos na gargalhada! "Tem alguma coisa muito errada nesta mesa!". Depois, uma amiga nossa sentou conosco e ficamos brincando, dizendo que ela tinha salvado a mesa. Obviamente, ela não entendeu a piada, mas morremos de rir. rs
Uma das coisas que mais gosto entre uma amizade gay x lés é o contato físico. Você não precisa de motivos para ter/não ter, não fica com aquela dúvida na cabeça se a pessoa está a fim de você ou não... Nada dessas psicoses. Você abraça porque você quer, simples assim. x3

Sobre a história do Vhcs... Muito triste a atitude da mãe em se mostrar preconceituosa DEPOIS que ele se assumiu. Mas acho que é só uma questão de tempo para que ela se acostume com a ideia... O Vhcs é forte e consegue segurar muito bem "a barra". Eu, particularmente, não aguentaria.
E, infelizmente, muitas pessoas ainda pensam como o pai dele. Pensam que ser gay é "epidemia", que é influência da mídia...

Espero que tenham gostado do post!
Aliás, alguma sugestão/crítica? Podem dizer à vontade, viu? Quero que este blog fique cada vez melhor!

Rainbow kisses!