segunda-feira, 25 de julho de 2011

Convidado de honra: A not so usual tale (Syncro)

Oi, eu sou o SyncroPC, pode chamar de Syncro. Esse é o nick que eu sempre uso, então se você chegou aqui por acaso e me conhece, fica frio que sou eu mesmo.

Acho que a minha história é um pouco diferente, pra ser sincero.
Eu nunca tive muitos problemas em me aceitar, pra começar. Não vou dizer que não tive a minha fase “Eu sou bi”, porque tive. Mas, sinceramente, acho que foi mais porque eu ainda era bem novo (devia ter uns 12 nessa época, eu acho) e ainda não tinha aprendido a diferenciar bem atração sexual, interesse amoroso, paixão, amizade forte e todas essas coisas. Mas no dia em que eu já estava mais seguro disso, me pareceu óbvio e evidente que eu era gay, e não tinha nada demais nisso.
Meu primeiro beijo foi com 14 anos. Em outro garoto. E ele foi meu primeiro namorado, também. Pra ser sincero, acho que nunca beijei de verdade uma mulher, sabia o que queria desde cedo, rs. Não sei se foi coisa da minha criação, mas eu realmente nunca vi nada de errado nisso. Todo mundo gosta de quem quer gostar e pronto, visto a camisa feliz.

Minha história é sobre família. Mas, novamente, nada tão óbvio. Embora meus pais ainda não saibam de mim, eu confio cegamente neles e tenho a mais absoluta certeza de que no dia em que eu decidi contar, vai estar tudo bem... Até porque alguém já fez isso antes.
Pois é, eu tenho dois irmãos mais velhos, bem mais velhos na verdade, cerca de 10 anos mais velhos que eu, ambos. E um deles é gay, assumido aqui em casa.
Meu irmão gay se assumiu em casa quando ele tinha 26 anos, o que foi até tarde para os padrões normais, mas não me causa estranheza nenhuma. Eu acho que tenho muita sorte nesse ponto, meus pais são muito tranqüilos com essas coisas da nossa vida particular e nunca perguntam sobre estarmos namorando ou ficando, não costumam jogar indiretas relacionadas às nossas amizades e tudo o mais. De maneira que nós não sentimos pressão a respeito da nossa sexualidade, mesmo. Então o que o meu irmão fez é exatamente o que eu faço agora, viver a vida em paz sem se preocupar, e deixar acontecer o que tiver que acontecer.
E quando ele se assumiu foi tudo muito tranqüilo, também. Sem estardalhaço, sem cena, tudo muito “profissional”, se é que eu posso usar essa palavra pra isso.
Um dia eu posso discutir o fato deu não ser assumido, mas não é sobre isso que quero falar.

Meu irmão não sabe, oficialmente, de mim. Isso é uma coisa que choca boa parte dos meus amigos, no início. Perdi a conta de quantas vezes ouvi “Meu deus, você é gay, tem um irmão mais velho gay e você NÃO fala com ele sobre isso?”. E talvez eu devesse mesmo falar, na verdade eu gostaria que fosse tão simples e prático assim, que eu pudesse falar, fossemos amiguinhos e pronto.

Eu sou meio distante dos meus irmãos. Não distante DISTANTE, eu gosto muito dos meus irmãos e faria qualquer coisa por eles, e tenho certeza de que fariam o mesmo. O que eu quero dizer é que não temos essa intimidade toda, de contar da vida, conversar, discutir coisas. A princípio, meu relacionamento com meus irmãos é ideal. Eu não brigo com eles, nunca. Nunca briguei com nenhum dos dois e sei que isso nunca vai acontecer. Nossas relações são absolutamente cordiais e bem estruturadas. E talvez seja esse o problema, eu não converso com os meus irmãos... Não no sentido amplo, pelo menos. De ficar conversando sobre as coisas a troco de nada, conversar simplesmente porque é isso que as pessoas fazem. A gente só fala coisas objetivas, quando é do interesse de algum de nós.

Eu não tenho muito essa ilusão de que o meu irmão gay acha que eu sou hétero. Pelo contrário, a essa altura, ele deve ter certeza de que eu sou gay. Simplesmente por que o mundo é pequeno, ainda mais o mundo gay. A gente fica sabendo das coisas pelas mais diversas formas.
Pra ser sincero, eu não sinto como se eu escondesse isso dele. Eu simplesmente não falo sobre isso com ele, o que é bem diferente.

A sensação que eu tenho é que se agora ele decidisse ser meu amiguinho e se aproximar, eu iria me decepcionar muito com ele. Pois não ligar pra isso por quase 20 anos e de repente ligar só porque descobriu que eu sou gay, ao meu ver, é um pouco hipócrita.

Mas, ao mesmo tempo, eu não quero falar com ele porque acho que ele já fez algumas coisas que me decepcionaram. Há uns quatro anos atrás, mais ou menos, estudei com um menino gay que, por coincidência, já era conhecido do meu irmão. Este menino (que veio a se tornar meu amigo) me contou, depois, que meu irmão havia pedido pra ele descobrir se eu era gay ou não, já que ele estudava comigo. No final da história ele não falou nada pro meu irmão, mas isso abalou completamente a confiança que eu tenho nele. Eu digo, se ele me perguntasse, eu com certeza falaria a verdade, mas pedir pra alguém descobrir secretamente? Isso é o fim.

Eu não sei, até acho que seria mais interessante se ele soubesse, sim. Mas a hora ainda não chegou e não me sinto confortável com ele, ainda. Mas isso tem melhorado, até tenho saído mais com ele, e estou ficando bastante amigo de um dos amigos dele, que eu gostaria de contar (mas dessa vez, é oficial e não tem nada escondido). Quem sabe o que o futuro nos reserva?

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Bem, este foi o nosso segundo convidado. (Para quem não leu o post do primeiro, clique aqui.)
Conheço o Syncro desde 2009, quando fizemos uma viagem do nosso curso juntos. Na época, eu ainda namorava e estava bem trancadinha dentro do armário (tanto é que ainda me considerava bissexual). Sempre tive vontade de me assumir para ele, mas, por causa do namoro e de suas restrições (como contei aqui), acabei ficando quieta.
Desde que terminei meu namoro, em 2010, comecei a fazer planos para me assumir para o Syncro e para o pessoal do curso. Mas, ao mesmo tempo, tentava voltar a ser hétero, o que acabou deixando os planos apenas "no papel".
Eis que o Syncro se assumiu para mim semana passada, o que me deixou muito feliz. Ele é o segundo amigo que conheço pessoalmente (e o primeiro que mora aqui na minha cidade) que se assumiu para mim. ^^ Bem, não precisei ser direta para que ele entendesse que também sou gay. rs
Agora que estou confortável com toda a minha situação, realmente pretendo me assumir para o resto do pessoal. Não acho que será algo complicado, pelo contrário. XD

A história do Syncro mostra que nem sempre é difícil se aceitar. Acredito que a maneira que ele foi criado tenha ajudado bastante. Não é toda família que dá liberdade para você ser o que é, sem medo. Tudo isso faz com que qualquer pessoa fique mais tranquila, não é?
Confesso que não sabia que um dos irmãos do Syncro era gay. E também não condeno a atitude infantil que ele teve em tentar descobrir se o Syncro era gay ou não. Acho que cada um tem seu lado imaturo, sabe?
Enfim, fico feliz pela sorte que o Syncro tem. A relação dele com os pais é admirável. (:

Espero que tenham gostado do texto que o nosso convidado escreveu. o/

Rainbow kisses!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

It's time to write about myself.

Por que tenho evitado escrever sobre mim?
Posso dizer que não faço ideia. Bloqueio certos pensamentos tão bem que nem ao menos sei porque exatamente estou fazendo isso. Forma de me proteger? É bem provável que sim.
Mas me proteger do quê? De mim mesma? De alguém? De um grupo? Talvez de tudo um pouco.

Voltando no tempo, percebo que SEMPRE fui gay (eu me vestia de Tuxedo Mask quando eu era criança! Queria ser como ele...). E, desde que me entendo por gente, ser gay é errado. Tanto que pensava que um gay poderia muito bem namorar uma lésbica, já que o gay procura um homem e uma lésbica procura uma mulher. O homem da relação seria a lésbica, e a mulher, o gay. É certo uma criança pensar assim? Para mim, não mesmo. Isso era uma prova de que a sementinha da homofobia estava plantada em mim. Semente que cresceu e dificultou o meu processo de auto-aceitação.
Eu me lembro muito bem de como eu começava a gostar dos garotos, quando ainda era criança. Todas as amigas gostavam de alguém. Eu não. O que eu fazia? Escolhia o que eu mais falava e fingia gostar dele. Com o tempo, eu até que gostava um pouquinho.
Não foi diferente com minha primeira paixão. Sabe aquele garoto que todos aceitariam como alguém digno de se apaixonar? Pois é. Ficava olhando nos olhos dele, que eram verdes, em busca de um sentimento. Funcionou. E assim foi com todos os outros. (Não que a paixão não fosse verdadeira, só não era muito espontânea. rs)
Nessa época, eu era bem inocente. Beijo era nojento, essas coisas.
Em 2006, quando tinha 13 anos, comecei a ter uma vida online bem... vivida. Falava com pessoas de váários lugares, me apaixonei por garotos que moravam longe e... Comecei a desconfiar de que eu não hétero. Tinha quedas por várias garotas na internet (sem perceber) e, com o tempo, comecei a gostar de uma garota do colégio. Aí sim fiquei mais consciente da situação.
E bem assustada.
Conversei sobre o assunto com uma amiga da internet que era mais velha e mais mente-aberta. Ela disse que era normal ficar na dúvida, que ela mesma já tinha ficado com algumas garotas... Enfim, ela me acalmou.
Como eu era bem inocente, tímida (ok, ainda sou) e não fazia ideia do que estava acontecendo, deixava minha paixão pela tal garota ser apenas platônica. Só de receber a atenção dela, que era muito reservada, fazia com que, sei lá, eu ficasse feliz por uma semana. lol Era um sentimento diferente e mais forte. Eu simplesmente gostava de estar perto dela, e queria que ela gostasse de mim como amiga. Ou pelo menos era nisso que eu queria acreditar.
Posso dizer que também teve seu lado cômico. Andar na rua e sem querer olhar a bunda de uma mulher e pensar "O que você está fazendo?! A., você é bissexual, não tem como negar.". (Não, eu não faço isso. Nem ligo para bunda. MESMO. lol)
Conversei com outras amigas sobre o assunto, recebi apoio delas e tal... Elas perguntaram se eu queria fazer sexo com mulher, eu disse que não, porque achava nojento. Mas também achava nojento sexo com homem. (A inocência é linda, minha gente!) E assim fui seguindo, sem pensar muito no assunto. Eu apenas queria perder o BV o mais rápido possível. lol Bem, mas isso era por pura pressão dos amigos, porque, no fundo, eu sabia que não estava pronta. E me achava ridícula por não estar.
Em 2007, na 8ª série, fiz muitos amigos novos e fortaleci amizades "antigas" (nem tanto...). Contei para a maioria deles de que eu era bissexual e que tinha uma namorada que morava em Ribeirão Preto (comecei a me envolver com ela nas férias de verão). Não era um assunto que eu gostasse de falar com as meninas, porque a maioria delas agiam estranho ao ouvir sobre isso. Conversava com alguns garotos, mas também não muito. A maioria deles achava que era desperdício estar num relacionamento à distância. Bem, ele durou 7 meses.
No final do ano, comecei a ficar bem confusa a respeito dos meus sentimentos por uma amiga, a S. Ela e meu irmão se gostavam, o que me deixava feliz. Mas eu também gostava dela. Não tinha ciúmes da relação deles, mas ela mexia MUITO comigo. O modo como agíamos também não ajudava. Muito contato físico. Mais do que o normal entre amigas. Só faltava a gente se beijar, sinceramente. lol
Well, as coisas entre ela e meu irmão não deram certo (eles nem chegaram a ficar), e ela viajou para ver a mãe, que não morava com ela. Passou as férias inteiras fora, o que me deu muito tempo para pensar sobre o assunto. Ela era hétero, mas o jeito que ela agia comigo era muito suspeito. Ainda mais sabendo que eu era bi. E agora? Contar a verdade e perder uma amiga? Não contar e me sufocar? Contar e ganhar uma namorada? Eu não fazia ideia do que aconteceria.
Quando ela voltou de viagem, duas coisas me surpreenderam:
1 - Meus sentimentos por ela eram mais fortes do que eu imaginava.
2 - Minha mãe estava fazendo de TUDO para que eu ficasse longe dela. Como a S. deu um fora no meu irmão, minha mãe tomou as dores dele de um jeito bem estranho e lunático. Eu tinha que voltar para casa assim que minhas aulas terminassem. Nada de conversar com a S. depois da aula, mesmo que fosse por apenas 15 minutos, como costumávamos fazer. Ela também não podia ir lá em casa. Dormir então... Proibida.
Isso tudo foi bem difícil para mim. Eu já não tinha uma boa relação com a minha mãe, pois eu não era o que ela queria que eu fosse. Eu era bem fechada e pouco feminina. Quer dizer, não que eu fosse masculina, mas nunca fui o tipo de garota apaixonada por salto alto e maquiagem, digamos assim. Bem, não que minha mãe tenha dado um bom exemplo (porque ela também nunca foi fã dessas coisas), mas... Nós brigávamos MUITO. Ela simplesmente não entendia o meu jeito reservado (que ficou pior depois que eu descobri que era bi). Numa das brigas, em setembro de 2007, ela disse que eu era louca e que iria me colocar num psicólogo. Então, toda essa história com a S. só piorou tudo. Minha mãe vivia me deixando de castigo como pretexto para não ver a S. nos finais de semana, fora da escola.
Nesse meio tempo, decidi que iria contar à S. que gostava dela. Éramos muito amigas, então não achava certo mentir para ela. Principalmente fingir que gostava de vê-la com garotos.
Mas, ao mesmo tempo, era muito difícil dizer tudo assim, diretamente. Resolvi dizer que gostava de alguém e que responderia algumas perguntas sobre a tal pessoa. Assim, ela adivinharia quem era essa pessoa ou, quando a coragem fosse maior, eu contaria.
Bem, acho que não preciso dar detalhes (talvez em outro post), mas o fato é que a S. descobriu que eu gostava dela. E disse para mim que, por ela, "tudo bem" (ela também não era boa com palavras... rs). E foi assim que começamos a namorar.
Como ela era hétero (ou era assim que ela se definia), ela queria uma relação discreta. Só contamos que estávamos namorando para alguns amigos e uma amiga (e, quando contei para outra amiga sem a permissão dela, ela SURTOU!). Fazíamos de tudo para não chamar a atenção. Nada de beijos em público. No começo, andávamos de mãos dadas, mas, com o tempo, isso também acabou. Ela tinha muito medo de que a mãe dela descobrisse, mesmo morando tão longe. E, não sabemos como, mas ela quase descobriu, o que fez com que ela ficasse ainda mais psicótica. Consequentemente, eu também fiquei. Eu não tinha vergonha da nossa relação, pelo contrário, mas, depois de um tempo, eu comecei a sentir que tudo aquilo era errado. Uma coisa errada boa, mas errada.
O fato de ter sido criada para achar que ser gay era errado fazia com que eu não quisesse ser (totalmente) gay. Eu era bissexual. Também gostava de garotos. E eu não tinha uma relação lésbica com uma garota! Como deveria ser chamada essa relação, então? Relação bissexual? É, era por aí mesmo. Mesmo que eu quisesse passar o resto da minha vida ao lado da S., eu jamais admitiria que tínhamos esse "tipo" de relação. Eu queria fugir com ela, para não ter que lidar com tudo aquilo: pais, familiares, pessoas homofóbicas, classificações... Comigo mesma...
No final do ano, ela teve que voltar a morar com a mãe, em outra cidade (bem longe daqui, por sinal). Tivemos muitos problemas, "terminamos", nos vimos em Julho de 2009, "voltamos". Ficamos juntas até Julho de 2010. 2 anos e 3 meses, contando com as idas e vindas.
Namorar a S. foi uma das melhores coisas que já fiz, mas uma das piores também. Fiquei muito mais psicótica e medrosa. Eu, que já não queria ser totalmente gay, passei a querer menos ainda. Meu medo de ser rejeitada por ser gay também cresceu. E começar a gostar de outra hétero também não ajudou muito.
2010 foi o ano mais turbulento para mim. Comecei a perceber que talvez eu fosse REALMENTE lésbica. E, quanto mais eu percebia, mais eu me negava. Eu usava o fato de nunca ter ficado com um garoto como desculpa. Até que um dia fiquei com um e vi que não era daquilo que eu gostava. Depois que fiquei com o tal garoto, meus sentimentos pela garota hétero cresceram absurdamente. Era com ela que eu queria ficar! Eu sabia que nenhum garoto me faria sentir o que eu senti pela S. ou pela tal garota, por mais que eu quisesse.
Mas, mesmo sabendo de tuuudo isso, eu continuava me negando: "Beijo é beijo, não importa o sexo, A. O que diferencia os dois sexos é a 'pegada'. E, mesmo assim, isso varia de pessoa para pessoa, não? Vai ver que fui eu que não gostei da 'pegada' dele... Vai ver que, se tivesse sido com outro garoto, eu tivesse gostado..."
E foram com esses pensamentos que continuei me enganando. Eu precisava tentar ficar com outro garoto para ter certeza de que eu não gostava mesmo da coisa. Mas eu não queria. Nenhum garoto despertava meu interesse, mesmo sendo muito bonito. Eu queria gostar de algum, mas simplesmente não conseguia.
Ao mesmo tempo, em 2010, comecei a me aproximar dos meus pais. Antes de 2010, sempre tive o desejo de sair de casa. Eu me sentia sufocada. Evitava me aproximar dos meus pais por puro medo. Sempre soube o que eles pensavam a respeito dos gays, então sabia a provável reação deles. Resolvi ser corajosa e enfrentar o medo de ser rejeitada no futuro. Posso dizer que isso foi bom e ruim. Bom porque, cara, meus pais são maravilhosos. É tão bom sentir o amor deles, dar esse amor. É tão bom dar orgulho para eles. Ruim porque sei que vou decepcioná-los, querendo ou não. Quando eu não ligava para eles, eu não me importava com isso. Mas agora eu ligo. Eu os amo incondionalmente. E isso machuca muito.
Todo esse medo de decepcionar meus pais e enfrentar todos os problemas que surgem ao saírmos do armário fez com que eu continuasse me negando. Até o momento que percebi que não dava mais para negar. Eu queria mudar, mas sabia que não conseguiria.
Fiquei bem mal por não poder escolher o que eu queria ser. Até que conversei com a P. sobre o assunto. Ela me disse coisas que me ajudaram muito. Disse que não deveria ter vergonha de nada que fosse capaz de sentir. E foi nesse dia que decidi me assumir como lésbica. Eu não gostava de garotos, então para que continuar mentindo?! Fiquei aliviada por finalmente conseguir ser sincera comigo mesma. Ainda não conseguia dizer a palavra "lésbica", mas... Pelo menos não estava mentindo para mim mesma.
Comecei então a fazer "terapia de auto-aceitação". Assisti The L Word e outros seriados lés, fui a uma boate lés, repetia a palavra "lésbica" mentalmente várias e várias vezes.... Criei este blog, que era fechado, mas depois abri... Criei perfil numa rede social lés, comecei a ler com mais frequência sites lésbicos, contei para amigos que ainda não sabiam de mim... E cá estou eu, confortável comigo mesma, contando a minha história. Pode até fazer piada com a minha opção sexual que não me importo.
A única coisa que me preocupa é... Sair do armário para a família. Minha mãe nunca foi de demonstrar tanto afeto, diferente do meu pai. Meu pai, mesmo sendo tímido, sempre disse que me amava. Agora que minha mãe está mais amorosa. Diz que me ama, pede carinho antes de dormir... Eu tenho muito medo de perder tudo isso. Aos poucos, estou mostrando para eles que não sou tudo aquilo que eles esperam que eu seja, mas não sei até que ponto isso vai me ajudar quando eu me assumir. Será que eles já desconfiam? Bem, uma coisa é desconfiar, outra é ter certeza.
Dói muito pensar que posso partir o coração deles. Eu não quero decepcioná-los. Eu sei que eles não vão me odiar, mas... Eu espero que eles consigam me entender. Entender que não fui eu que escolhi isso, que até lutei contra isso. Quero que eles gostem da minha namorada tanto quanto gostariam do meu namorado. Não quero que eles sintam vergonha de mim. Não quero que pensem que tenho algum tipo de defeito que eles terão que aceitar e relevar.
Realmente não sei como eles irão reagir. Sei que a hora de contar está chegando, mas o medo ainda é muito grande. Acho que só terei coragem quando tiver uma namorada, para que ela possa me acolher nos momentos tensos.
Não sei se eles já desconfiam. Espero que sim. Assim não será um choque quando eu contar.

Acho que mostrarei este blog para eles quando me assumir. Se mostrar e vocês estiverem lendo isso, saiba que os amo muito. E sempre vou. Sinto muito se os decepcionei.

Rainbow kisses.

PS: A postagem não ficou tão boa quanto eu gostaria, mas... Espero que esteja pelo menos satisfatória.

sábado, 16 de julho de 2011

Youtube, indicações

Olá, leitores(as)!

Bem, hoje postarei coisas que achei no Youtube esses dias.

Eu gosto de Mulheres (Eu colo o velcro)



Morri de rir!

Aluga Sapatão - Comédia MTV



É, tem muita HT safada que quebra coração de sapatão fazendo isso! rsrs
(Porque elas sempre acham que vão conseguir "converter" a garota... Ou que já conseguiram...)

Dedilhadas01 - Como você descobriu que era sapa?



Bem, na verdade, indico o canal Dedilhadas. Cada episódio tem um tema, então você pode escolher qual tema te interessa e assistir!

Ah, acabei de lembrar... Para quem tem twitter, SUPER recomendo a @fadacaminhao!

Para quem está começando a se descobrir, provavelmente será incômodo assistir aos vídeos + ler os tweets da @fadacaminhao, mas é só uma questão de tempo para se acostumar.
Eu, particularmente, odeio esse negócio de ter um padrão, que, no caso, é ser bofinho (butch), mas já me acostumei com esse tipo de humor. Morro de rir e me identifico com algumas coisas, inclusive.

Okay, sei que tenho falado muito pouco de mim ultimamente, mas prometo compensar isso. Só preciso parar para pensar sobre o que tenho sentido. E, bem, tenho que confessar, estou evitando ter esse tipo de conversa comigo mesma. Não é como se eu estivesse fugindo, só não quero ficar pensando, entendem? Daí me ocupo com um monte de coisas para não ter que pensar. lol
Enfim, sei que preciso ter esse dia para pensar e garanto que ele não está muito longe. Muito em breve vocês terão todas as atualizações da minha vida como lésbica. rs

Rainbow kisses!

PS: Ainda não respondi os comentários (quero dizer, só um comentário! FaMa, minha leitora secreta, como sempre. rs) do post anterior, mas fiquem ligados! lol
(Editando: Já respondi sim! :D)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Ovulação potencializa radar que detecta orientação sexual masculina

Em períodos fertéis ou quando estão à procura de um parceiro, mulheres conseguem saber se um homem é heterossexual ou homossexual.

A natureza dotou as mulheres de uma facilidade natural para detectar bons partidos. Mas o sistema só funciona quando há interesse reprodutivo. Durante picos de ovulação, ou mesmo quando as mulheres estão em busca de um par, por exemplo, elas conseguem dizer se um homem é heterossexual ou homossexual com certa precisão depois de uma rápida troca de olhares.

Um trabalho realizado por pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, e da Universidade Tufts, nos EUA, acaba de traçar a associação entre fertilidade e percepção da orientação sexual dos homens. Mas só de homens. De acordo com os pesquisadores, o efeito não pode ser observado quando a mulher tenta julgar outra mulher.

"Isso sugere que a fertilidade influencia a atenção de uma mulher heterossexual para parceiros em potencial, mais do que simplesmente aumentar a sensibilidade para a orientação sexual ou pistas não verbais gerais", ressalta o coordenador do estudo, Nicholas Rule, professor do Departamento de Psicologia da Universidade de Toronto.

Para chegar a estas conclusões, os pesquisadores realizaram três experimentos. No primeiro, quarenta mulheres (que não usavam anticoncepcionais e informaram a data da última menstruação) tiveram que identificar a orientação sexual de homens vendo oitenta imagens 'neutras' de rostos masculinos, ou seja, sem expressões emotivas que pudessem induzir ao acerto. Metade era homossexual e outra metade, heterossexual. Quanto mais próximas elas estavam do pico de ovulação, mais acuradas eram as respostas.

O segundo teste contou com 34 mulheres que tiveram que observar o rosto de duzentas mulheres — cada metade com uma orientação sexual. Neste caso, os pesquisadores não encontraram relação entre a fertilidade e a capacidade de perceber de forma acurada a orientação sexual. Elas simplesmente não conseguiam dizer se a outra mulher era lésbica ou não.

Mas uma pergunta era necessária: a percepção feminina em relação aos homens ficava mais aguçada apenas durante a ovulação ou em qualquer circunstância em que, como no período mais fértil, o homem passava a ser visto como um alvo importante?

Para responder esta questão, a equipe realizou uma terceira experiência. Quarenta mulheres leram histórias românticas e outras quarenta não leram. Depois, foram submetidas aos mesmos testes realizados anteriormente. Os resultados mostraram claramente que a atmosfera de romance aumentou a capacidade que elas têm de detectar bons partidos apenas pelo olhar.

Fonte: Veja
Créditos: Rede Lésbica


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Bem, estou tentando fazer o blog ficar um pouco mais dinâmico, então... rs
(E não deixar criar teias de aranha quando eu não tiver tempo/inspiração para postar.)
Espero que gostem do artigo. Eu, particularmente, achei muito interessante!
Estou criando um novo post na minha cabeça... Fora as muitas ideias que tenho. Só preciso de um pouco de tempo e inspiração para escrever. Prometo não decepcionar os leitores do blog! =P

Rainbow Kisses!

PS: Decidi que responderei os comentários nas janelinhas. Então, quem for comentar, fique ligado nas respostas. :D

segunda-feira, 11 de julho de 2011

South of Nowhere

Bem, antes de mais nada, peço desculpas por não estar postando com tanta frequência...
Estou com várias ideias para posts, mas estou meio sem tempo. Tentarei compensar!

Hoje pretendo falar sobre o seriado South of Nowhere. (Editando: Indicado pela FaMa! Obrigada!)
Segundo o Wikipédia, seu primeiro episódio foi exibido em Novembro de 2005 e o último em Dezembro de 2008.
Ele tem 3 temporadas, que variam de 11 a 17 episódios. Parece muito, mas não é. Cada episódio tem, no máximo, 25 minutos - ao contrário da maioria dos seriados, que possuem aproximadamente 50 minutos. (Tanto é que assisti ele inteiro de 5ª feira retrasada a 3ª feira passada. Super rápido para quem não estava tão desocupada! LOL)
A explicação disso é que ele é destinado ao público jovem, ao contrário de The L Word, The Real L Word e Lip Service. A maioria desses seriados são bem curtos, o que faz com que a história não precise ser muito profunda. E é assim em South of Nowhere.
A história não é muito enrolada, por causa do tempo de cada episódio. Isso faz com que uma situação mude de uma hora para outra. Algumas pessoas não gostam disso, pois dá a impressão de que "jogaram" a informação de qualquer jeito, mas eu adorei! Para mim, tudo ficou muito bem amarrado. Claro que, em alguns momentos, pensei que algumas coisas poderiam ser colocadas de forma diferente, mas, quando pensei no tempo, percebi que eles fizeram da melhor forma possível.

Como sempre faço, vou falar um pouco da história/de cada personagem:

O seriado começa quando a família Carlin se muda de Ohio para Los Angeles, por causa do novo emprego de Paula, que é médica. Ela é casada com Arthur, assistente social. Eles são pais de Glen, Clay e Spencer.
Glen é um ótimo jogador de basquete. Ele era o melhor da equipe de Ohio e, quando vai para LA, se torna uma ameaça para Aiden Dennison, o cestinha da equipe de LA. A partir do momento que Glen consegue superá-lo, o namoro de Aiden com a chefe das líderes de torcida, Madison Duarte fica por um fio. Madison é o tipo de garota que coloca o status do namorado como base do relacionamento.
Clay é filho adotivo de Paula e Arthur. Foi adotado quando tinha 8 anos. Ele é um excelente aluno. Ao conhecer Chelsea Lewis, uma aluna de artes, ele se mete numa briga com seu namorado, que fica com ciúmes e maltrata Chelsea. Clay a defende e conquista o respeito de Sean Miller, que, assim como ele, é negro. Primeiramente, Clay pensa que Sean é um marginalzinho, mas, com o tempo, percebe que ele é muito culto e inteligente, assim como ele.
Spencer é líder de torcida. Ela começa a andar com Ashley Davies, uma garota rebelde que não recebe muita atenção da mãe e do pai (que, por sinal, é um astro do rock) e é ex-namorada de Aiden e rival de Madison. Por causa disso, Madison a faz escolher entre a equipe de torcida e Ashley. Apesar de ter um pouco de receio da suposta homossexualidade de Ashley, Spencer prefere a amizade dela à equipe. Nem preciso dizer o que acontece, não é mesmo?!

Bem, super recomendo o seriado! Gostaria de tê-lo descoberto antes, quando estava confusa e sem rumo, já que The L Word é um pouco chocante no começo. Para quem já se aceitou completamente e já se assumiu, é provável que ache o seriado um tanto sem graça, até porque não tem cenas de sexo e poucos beijos.
Eu achei mega fofo! Deu até aquele calorzinho no peito vendo as cenas da Spencer + Ashley (Spashley, como diz a própria Ashley). (É, eu sinto isso quando vejo cenas muito fofas! >D#)
Também adoreeei as frases da Spencer para a mãe dela! Vou até anotar num caderninho para quando eu me assumir, viu! LOL
Eu, particularmente, me identifiquei tanto com a Ashley tanto quanto a Spencer. E elas me fizeram lembrar do meu primeiro (e único) namoro. Sério, muuuitas situações que vivi com minha ex-namorada foram as mesmas das duas. É de assustar! o-o'

Well, sinceramente, achei esse post muito mal escrito, mas, por favor, relevem. @-@

Rainbow kisses!

PS: Vocês querem que eu comente os comentários de vocês na janelinha ou não precisa?

PS2: Só porque AMAY o casal Spashley, colocarei uma foto das duas no final deste post. Elas são fofas demaaaaaaaaaaaaaais!


Ashley + Spencer = Spashley!

domingo, 3 de julho de 2011

Not your toy...

I really don't understand u.
U broke my heart soooo many times, and now u pretend you didn't?!
You act like we're still together, but, come on, we're not! U know that, don't u?!
I'm not in love with u anymore. U'r not in love with me either. So... It doesn't make any sense to me.
Stop acting like I'm still your girlfriend! I am not!
And, sorry, I'm not attracted to u anymore. Don't say things u used to say as my feelings didn't change. Everything changed.
The most stupid part is that u'r not in love with me. U'r in love with a BOY. So... Stop pretending we're together just because he doesn't give a fuck to u.
I'm not a fucking toy, okay?!
I'm in love with someone else. My feelings for u changed.
I gave my heart to u. U broke it, I asked it back. It's not yours anymore.
U'r really pissing me off.
I'm not your toy. Get over it.

(Rainbow kisses.)

Se você não entende inglês e quer entender o post, sinta-se a vontade para me perguntar.
Não, eu não quero me exibir. Só pensei sobre o assunto em inglês (isso acontece com uma certa frequência).
And if u see any English mistake, just ignore it, please.